Instituto reúne mais de quinze pesquisadores e contribui com debates sobre novas fronteiras científicas no Brasil.
O Instituto GeoAtlantico (IGA) esteve representado por seus pesquisadores no 30º Simpósio de Geologia do Nordeste, realizado entre os dias 16 e 19 de novembro de 2025, no Hotel Oásis Atlântico, em Fortaleza (CE). O evento, que há décadas reúne a comunidade geocientífica da região, teve como tema central “Sustentável: do Arqueano ao Recente”, com foco em ciência, inovação, tecnologia e educação em Geociências.
Reconhecido como um dos principais encontros regionais da área, o Simpósio reuniu pesquisadores, profissionais da indústria, estudantes e docentes de todo o país.
Para Lauro Montefalco (UFPE e pesquisador do IGA), o evento reafirmou seu papel estratégico. “O Simpósio de Geologia do Nordeste consolidou-se historicamente como o evento regional que reúne a maior diversidade de profissionais e interessados nas Geociências. A edição deste ano teve um papel estratégico: funcionar como preparação para o Congresso Brasileiro de Geologia, que será realizado no próximo ano, também em Fortaleza”, afirmou.
Segundo Montefalco, a ampla participação de estudantes e pesquisadores fortaleceu debates essenciais sobre o desenvolvimento econômico sustentável e políticas de afirmação dentro das Geociências. “O evento contribuiu significativamente para a minha pesquisa, pois tive a oportunidade de interagir com diversos pesquisadores, além de apresentar os resultados do trabalho que temos desenvolvido, tanto eu quanto meus orientandos, todos vinculados ao IGA”, destacou.
Ele acrescenta que a presença de mais de quinze pesquisadores do Instituto foi “extremamente proveitosa”, ampliando a visibilidade da instituição e reforçando seu protagonismo científico no Nordeste.
Elton Dantas (UnB e pesquisador do IGA) também ressaltou a relevância científica desta edição. “O Simpósio foi muito rico, porque trouxe muitas novas informações sobre como as pesquisas têm sido direcionadas para o Nordeste do Brasil”, disse. Entre os temas de maior destaque, ele cita minerais críticos, novas técnicas geofísicas — especialmente magnetotelúricas — e avanços no entendimento tectônico da Província do Bom Breme.
Elton destacou que o encontro apresentou “grandes revisões sobre as províncias, entendimento das LIPs, da grafita no Ceará e uma revisão da geoquímica isotópica da Província do Bom Breme”, além de debates sobre minerais industriais, pegmatitos, zonas de cisalhamento e rochas ornamentais. Ele lembrou ainda que minerais críticos como terras-raras, lítio, manganês e grafita tiveram “destaque especial”.
Na palestra que apresentou no evento, Dantas fez uma síntese de quatro décadas de evolução da geologia isotópica na província estudada. “Foram mais de 200 teses desenvolvidas e de 300 a 500 artigos publicados nos últimos anos. A grande maioria dos dados foi gerada nos laboratórios da Universidade de Brasília, dos quais faço parte”, destacou. Ele complementou afirmando que os novos desafios da área estão ligados à transição energética, margem equatorial e minerais estratégicos, temas que devem orientar a próxima década de pesquisa.
O vice-coordenador do IGA, Fabricio Caxito (UFMG), avaliou a participação da equipe como extremamente positiva. “A participação dos pesquisadores do Instituto GeoAtlantico foi excelente, com palestras e apresentações orais e pôsteres sobre diversos temas da geologia do Brasil e de sua margem atlântica, inclusive da região Nordeste”, afirmou.
Segundo Fabricio, o encontro reforçou parcerias institucionais e potencializou novos projetos. “É muito importante que o IGA marque presença nessa região fundamental da geologia do Brasil, com imenso potencial na área das geociências, e estreite seus laços e novas parcerias”, disse.
Caxito destacou ainda que o simpósio contribuiu para consolidar projetos já em andamento, como cooperações entre a UFMG e a UFPE, incluindo iniciativas coordenadas pelo professor Lauro Montefalco.
Trabalhos apresentados no 30º Simpósio do Nordeste:
– Modelagem 3d magnetotelúrica do bloco campo grande no terreno rio grande do norte: evidências de limites crustais e compartimentação resistiva
Elton Luiz Dantas
– Geochronology and geochemistry of the riacho do tigre complex: evidence for paleoproterozoic arc-derived sedimentation in the rio capibaribe terrane, borborema province
Lauro Cézar Montefalco de Lira Santos
– Beneficiamento e caracterização tecnológica da palygorskita de guadalupe – pi visando sua aplicação como adsorvente de amoxicilina trihidratada
– Uma nova interpretação do embasamento proterozóico da bacia do parnaíba no contexto de amalgamação do gondwana através da integração de dados geofísicos e geológicos
Amanda Porto
– Tectônica de escape na província borborema: implicações das idades rb-sr em biotita e muscovita em zonas de cisalhamento continentais
Mariana de Resende Madeira
– De onde tu vens pra onde tu vais? A contribuição da geocronologia e geologia isotópica para evolução tectônica da província borborema
Elton Luis Dantas
– Encantos geológicos do oeste da bahia, tectônica complexo no cenário do umbuzeiro e do juazeiro
Renata Correia – Jornalista
Contato: institutogeoatlantico1@gmail.com
