Os processos naturais de deslizamentos e transbordamento de rios em suas planícies de inundação são comuns em áreas tropicais. Assim como para o Japão é normal conviver com terremotos e adaptar suas cidades a esses eventos, deveria ser normal que nossas cidades estivessem adaptadas às condições tropicais de nossas chuvas de verão. Porém não é isso que acontece no Brasil! Vemos historicamente as cidades crescerem em um ordenamento que não é baseado no entendimento da natureza e de sua dinâmica, mas sim um ordenamento baseado na lógica do mercado imobiliário! Na maioria das vezes cego em relação aos processos naturais e, da mesma forma, cego à qualidade de vida da população , sobretudo da classe trabalhadora. O resultado é uma cidade vulnerável, que sob a mesma lógica distribui suas áreas de risco! Adivinha quem fica mais vulnerável? Marcelo Motta é professor de Geomorfologia na PUC-Rio e Pesquisador do Instituto GeoAtlantico.
